Não é fácil gerir todas as contas durante o mês. A renda da casa, a água, a luz, a internet, a
mensalidade do carro… são muitas obrigações para tão pouco ordenado, na maioria das vezes. A
solução passa, muitas vezes, por pedir um crédito rápido, seja ele em forma de cheque especial
e cartão de crédito.
Esta não é a solução ideal, mas é aquela que é mais acessível. O perfeito seria ter sempre o
dinheiro do ordenado na conta para pagar as contas que necessitamos, mas todo o mundo sabe
que isso nem sempre é possível. Assim, podemos recorrer ao cheque especial ou ao cartão de
crédito, porque dias depois, quando o salário cair na conta, o banco desconta o valor do
empréstimo.
Olhando assim até parece fácil, mas a verdade é que isso tem um custo elevado. É que ninguém
dá nada a ninguém, como já diz o povo. Sempre que pedimos um cheque especial e cartão de crédito estamos a incorrer no pagamento de juros, o que significa que acabamos por pagar pelo produto mais do que o seu valor de mercado. Então nesse caso o que fazer? E qual deles compensa mais, o cheque especial e cartão de crédito, você arrisca a dizer?
VALE A PENA USAR O CARTÃO DE CRÉDITO E CHEQUE ESPECIAL?
Infelizmente, a decisão de recorrer a crédito, mesmo que seja um valor baixo e por um curto
período de tempo, nem sempre é uma opção, mas antes uma necessidade. Por isso, não há muito
a fazer, quando vemos o prazo de uma dívida a vencer e a conta vazia. Os juros a pagar são
assim o custo por tomar essa decisão.
O importante passa, acima de tudo, por adotar uma postura sensata, responsável e inteligente. É
fundamental saber os limites e não gastar acima das suas possibilidades. E depois é fundamental
estar informado sobre todas as condições.
Por exemplo, o cheque especial tem, por norma, juros
mais altos do que o cartão de crédito. Isso deve-se ao facto do banco ceder esse valor sem
nenhuma garantia em contrapartida. É fácil e prático, mas tem um custo e muita gente comete o
erro de usar esse limite como mais uma extensão da sua conta corrente.
Só para ter uma ideia, a cobrança de juros no cheque especial chega a uma média de 327 por
cento ao ano, de acordo com os dados oficiais do Banco do Brasil. São números impressionantes
e, de alguma forma, assustadores. O cheque especial deve ser assim uma opção de último
recurso, até porque é muito fácil de cair na tentação de usar esse recurso com frequência. E
quanto mais usar, maior serão as suas dívidas ao fim do mês.
E O JUROS DO CHEQUE ESPECIAL E CARTÃO DE CRÉDITO, COMO CALCULAR?
Sempre que pedimos dinheiro emprestado pagamos juros sobre esse valor. Isso acontece em
todos os casos, seja através do pedido de cheque especial, na utilização do cartão de crédito ou
até mesmo quando compramos um produto parcelado. Ou seja, o juro é a compensação que
pagamos a quem nos empresta o dinheiro por esse facto.
Os juros sob o dinheiro emprestado é sempre calculado através da mesma equação. Esta é a
seguinte: M = C(1+i)t. Pode parecer complicado, mas é simples.
Ora vejamos. M significa o valor final, enquanto que C representa o capital emprestado. Por sua vez, o i corresponde à taxa de juros a aplicar relativa ao período do empréstimo, enquanto que t corresponde `q quantidade de períodos, caso haja mais do que um.
Tomemos um exemplo prático, que é a melhor forma de representar este sistema. Imagine que
pediu um cheque especial de 10 mil reais, aplicado à taxa de 1 por cento ao mês, por um período
de 8 meses. Ora, isso significa que M seria 1000(1+0.01)8, o que dava um total de 82,86 reais de
juros. Logo, um valor condestável por um valor não muito elevado.
Daí que o cheque especial ou o cartão de crédito seja, em simultâneo, um amigo e um inimigo. Por um lado, são um aliado de peso porque permitem fazer face a despesas urgentes para as quais não temos dinheiro; por outro lado são uma tentação que pode levar a dívidas ainda maiores.